sexta-feira, 23 de abril de 2010

Orquidário Barbosa Rodrigues




O Parque Senador José Jefferson Carpinteiro Peres inaugurado no dia 1 de setembro de 2009, é um espaço público edificado entre os igarapés de Manaus e do Bittencourt, dois tradicionais pontos urbanos da cidade de Manaus.



Como parte de um programa de revitalização ambiental, o Parque permite o conhecimento de um pouco da historia política, social e paisagística da capital amazonense, especialmente a do período da economia da borracha.



Tem como uma das principais atrações o epifitário (Orquidário).



As plantas floríferas epifíticas (orquídeas, bromélias, aráceas, entre tantas outras) que forma introduzidas no orquidário, são particularmente características das florestas pluviais tropicais e são as últimas a colonizar os galhos das altas árvores.



No mês de fevereiro último deu-se a primeira floração da Cattleya eldorado a mais ornamental das flores cultivadas no epifitário e uma planta considerada endêmica do Estado do Amazonas e em perigo de extinção e que urge ser incluída na lista de espécies protegida do IBAMA.






No mês de setembro durante o Congresso Nacional de Botânica da Sociedada Brasileira de Botânica, entre os dias 18 e 24 , ocorrerá uma solenidade onde o epifitário do Parque será nominado de ORQUIDÁRIO JOÃO BARBOSA RODRIGUES EM RECONHECIMENTO AO SEU IMPORTANTE TRABALHO em prol da "Scientiae Amabile".




Ainda como atividade do Congresso de Botânica, ocorrerá um exposição intitulada ¨"Barbosa Rodrigues Um Botânico da Amazônia". Na referida exposição faremos uma "Mostra de Orquídeas" .









Então,desde já, conto com a colaboração de vocês orquidófilos, na sua participação e com a exposição de plantas floridas na nossa Mostra.





VISITEM NOVO SITE EM CONSTRUÇÃO

CAROS ORQUIDÓFILOS E ORQUIDÓFILOS CONVIDO-OS A VISITAR O SITE INDICADO NA IMAGEM E CONTO COM AS SUA CRÍTICAS E SUGESTÕES.

Pedro Ivo

Reformulação de Blog











Na foto o autor desse BLOG com sua esposa Suely na floração da Cattleya eldorado na vegetação de Campina. A referida espécie está vulnerável à extinção (veja no meu site em ecologia o seu status de conservação).

Brevemente estaremos reformulando esse Blog. O conteúdo aqui postado será trasferido para http://www.orquideasdaamazonia.com.br/ um site de minha autoria, que está sendo construído e deverá estar pronto até o final de 2010, entretanto já está dsiponível para visitas.



Aqui nesse BLOG serão apresentadas novidades orquidófilas, publicados pequenos artigos. Manteremos uma lojinha onde serão disponibilizadas para compra camisas, chaveiros, brincos, bottons e outros brindes com a logomarca do site.





email de contato: pisbraga@orquideasdaamazonia.com.br



Manaus, 22 de abril de 2010

Pedro ivo Soares Braga





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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Morfologia de Orquídeas por Pedro Ivo Soares Braga 2


Raiz do tipo velame de orquídea epífita. C – Coifa V- Velame.



Flor de orquídea distendida com a coluna retirada. 1 – Sépalos laterais. 2 – Sépalo dorsal. 3 – Pétalos. 4 – Labelo.









A - Coluna em vista ventral, com antera alojada no clinândrio. B - Coluna em vista ventral, com antera retirada do clinândrio. . Ant. – Antera. R – Rostelo. CE – Cavidade Estigmatífera. C - Caudículo. P - Polínea.





1 - Coluna com cavidade estigmatífera e antera alojada no clinândrio. 2 - Coluna com antera retirada mostrando o rostelo e o clinândrio. 3.- Antera. 4 - Polinários do tipo polínea ceróide.







A - Coluna em vista ventral, com antera alojada no clinândrio. B - Coluna em vista ventral, com antera retirada do clinândrio. Ant. – Antera. R – Rostelo. V – Viscidium. CE – Cavidade Estigmatífera. C - Caudículo. E - Estípete. P - Polínea.


Morfolgia de Orquídeas por Pedro Ivo Soares Braga 1

Crescimento - observamos dois tipos de crescimento - Simpodial e Monopodial.

Crescimento simpodial - tipo de crescimento dos rizomas que, após o crescimento de um pseudobulbo e sua floração, desenvolve uma gema na base do pseudobulbo e iniciam novo crescimento, sempre seguindo horizontalmente, em frente ou irregularmente.

Crescimento monopodial - tipo de ramificação lateral em que o eixo principal do rizoma ou caule mantém-se retilíneo e uniforme, gerando ramos menores que ele.

Inflorescência - podem ser apicais ou terminais, axilares ou laterais, dos tipos: cacho, panícula, racimo e espiga. Em algumas espécies, as inflorescências desenvolvem-se protegidas por uma folha modificada denominada espata.

Sépalos e pétalos – providas de três sépalos no verticilo externo e três pétalos no interno, distintos uns dos outros.

Labelo - Um dos pétalos, o oposto ao estame fértil é denominado labelo. Geralmente apresenta cores vistosas, o que serve para atrair o polinizador à flor.
Coluna ou Gimnostêmio - com a concreção dos estames (órgãos masculinos) e dos pistilos (órgãos femininos) forma-se a coluna.

Estigma - apresentam-se em numero de três, concrescidos, constituindo a cavidade estigmatífera. Parte de um dos estigmas transforma-se em uma parede denominada rostelo, evitando assim, que as políneas depositadas na antera, venham ter contato com o estigma. Em muitos gêneros, parte do rostelo (viscidium) produz uma substância viscosa que é retirada juntamente com o polinário e serve para fixar todo a aparato no polinizador.

Antera - geralmente uma, e encontra-se no ápice da coluna. A subfamília Cypripedioideae, possui na coluna, duas anteras laterais. As demais subfamílias ocorrentes no Brasil apresentam apenas uma única antera.

Polinário - o pólen das orquídeas ao contrario das outras famílias encontra-se agrupado em tétrades que formam polinários. O polinário geralmente é constituído de: políneas granulosas, ou ceróides, ou cartilaginóides; caudículo; estípite e viscidium. Além da variação do tipo de agregado de pólen, as demais partes, dependendo dos gêneros, podem estar presentes ou não.

Ovário – ínfero, composto de três carpelos concrescidos formando ovário trilocular (subfamílias Apostasioideae e Cypripedioideae), ou unilocular (demais subfamílias). Geralmente antes da antese o ovário sofre uma torção de 180º o que faz o labelo tomar uma posição ínfera em relação aos outros dois pétalos e servir, em muitos casos, como campo de pouso para os polinizadores.
Óvulos - os óvulos não se desenvolvem antes que as plantas tenham sido polinizadas.

Fruto - cápsula dos tipos trilocular (nas subfamílias Apostasioideae e Cypripedioideae) e unilocular (demais subfamílias).
Sementes – na maioria das orquídeas são diminutas, paleáceas, sem endosperma e com embrião rudimentar.


Continua na próxima postagem.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tipologias Vegetacionais na Amazônia Brasileira por Pedro Ivo Soares Braga 2

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ÁREA FLORESTAL


FLORESTA DE TERRA FIRME
(3.303.000 km2)


Cobre aproximadamente 90% da Amazônia brasileira. Área não inteiramente contínua, podendo ser interrompida por vegetação não arbórea. Fisionomicamente apresenta uma paisagem muito uniforme. Estudada em detalhes, mostra constante variação em relação à composição botânica. Num mesmo local ocorrem considerável variações devidas às condições do meio ambiente, da diversificação do solo rico ou pobre, profundidade, drenagem, areação e disponibilidade de água superficial ou profunda. Esta diferenciação fica então patente entre áreas distanciadas entre si. Outras características são as grandes misturas de espécies por unidade de área, sem uma nítida predominância de uma ou algumas delas ao número de indivíduos ou quanto à biomassa. O fenômeno de raridade ou de abundância de espécie também se faz presente. As espécies consideradas raras podem possuir uma distribuição muito ampla. Entretanto, existem espécies raras, endêmicas de uma determinada área.
Características Suplementares.
- Presença de raízes expostas, tabulares provavelmente condicionadas pela grande quantidade de alumínio no solo, que inibe um crescimento profundo das raízes.

- Formas irregulares de caules sulcados, retorcidos, enrugados, fendidos, escandentes, epífitos e estranguladores.

- Associação de plantas com formigas em conformações anatômicas especiais das plantas, que servem de casa para formigas (Mirmecódios).

- Maneiras de reprodução e restauração; plantas que florescem uma única vez e morrem; plantas que germinam e crescem abundantemente à sombra da floresta; árvores que só crescem nas clareiras abertas.

- Vegetação portentosa, geralmente repousada sobre solos muito pobres em nutrientes, o que torna muito importante à conservação dos elementos nutritivos, evitando a sua lavagem.
SUBDIVISÃO DA FLORESTA DE TERRA FIRME


Matas densas /Floresta Ombrófila Densa
(3.063.000 km2
)

Com grande biomassa; limpar por baixo, desprovidas de emaranhados de cipó no solo e nos troncos das árvores; escuras, ocorrência de espécies adaptada abaixo valores iluminação; cobre grande parte de região amazônica, ocorrem epífitas e os cipós sobem diretamente para as copas onde se esparramam. As orquídeas ocorrem nelas em sua maioria nos altos galhos das árvores em forófitos como Chrysophyllum pomiferum, a Abiurana e o Chrysophyllum sanguinolentum, o Amapari aonde existem maior penetração de luz. Entre as orquídeas que aí ocorrem citamos: Sobralia fimbriata, S. fragrans, Acaccallis fimbriata, Octomeria brevifolia, O. amazonica, Pleurothallis breviscapa, P. nanifolia, P. polygonoides, P. spiculifera, Driadella osmariniana, Maxillaria amazonica, M. desvauxiana, M. parkeri, M. perparva, M. robusta, M. rufescens, M. tarumaensis, M. tenuis, M. xylobiflora, Trigonidium acuminatum, T. obtusum, Ornithidium parviflorum, Polystachya estrellensis, P. stenophylla, Reichenbachanthus reflexus, Scaphygottis amazonica, S. huebneri, S. sickii, Batemania colleyi, Rudolfiella aurantiaca, Oncidium lanceanum, Paphinia cristata, P. grandiflora. Nas áreas de baixio, próximo a igarapés encontramos, Braehmia vittata, Coryanthes albertinae, entre muitas outras, pois dependendo da região da Amazônia teremos espécies típicas.



Matas de cipó/Floresta Ombrófila Aberta
(100.000 km2)

Biomassa mediana; submatas obstruídas por cipós que sobem troncos, enrolam-se e pendem dos galhos; maior penetração de luz que na floresta densa, eventuais formações de bambu no sub-bosque; pobres em epífitas. Árvores medianas, podendo ocorrer emergentes. Não rara, a associação Bacaçu-Castanha do Pará. Ocorrem em extensíssima região entre Cametá (rio Tocantins) e Altamira (rio Xingu). Predomina fortemente na bacia do Itacaiúnas, ocorre em forma de ilhas ao longo da transamazônica desde Cametá até Altamira, perdendo importância, entretanto, até Itaituba, no rio. Tapajós. Nas castanheiras são encontradas diversas orquídeas como Sobralia spp., Schomburgkia gloriosa, Catasetum saccatum, C. gnomus, C. tigrinum, Mormodes spp, Oncidium baueri, O, lanceanum, entre outras inúmeras microorquídeas.




Matas abertas de bambu/Floresta Ombrófila Aberta
(85.000 km2
)

Biomassa mediana, árvores espaçadas, de baixa á razoável penetração de luz. Submata com bambus dispersos em colmos isolados, lançando brotos até 15m de altura. A partir daí começa uma ramificação profusa. As plantas com ramos bem desenvolvidos enlaçam-se nas árvores circunvizinhas, tomando um hábito quase escandente, podendo alcançar até 30m de altura (Guadua superba Huber).
Em locais de maior incidência de luz, como nas margens de igarapés, clareiras e estradas de seringais, pode ocorrer um adensamento desta formação e o surgimento de touceiras.
O gênero Bambusa com os dois subgêneros Guadua e Merostachys é o dominante na área. A área de ocorrência desta formação está localizada nos Territórios do Acre, Rondônia e sudeste do Estado do Amazonas, sendo que o subgênero Guadua ocorre nas comunidades das terras baixas de arenito terciário, e a Merostachys e Guadua, no arenito dobrado do Cretáceo (Serra do Divisor) e esparsamente na Floresta submontana. Nos seringais normalmente encontra-se grandes touceiras da Schomburkia gloriosa, que parece estar associada com a árvore Hevea brasiliensis a Seringueira. Nas castanheiras encomtram-se Octomeria robusta, Maxillaria camaridii, M. ochroleuca, Trigonidium obtusum, T. tenue, Catasetum, gnomus, C. saccatum, entre muitas outras.




Matas de encosta/Floresta de Encosta
(10.000 km2)

Biomassa modesta, porte reduzido, com boa penetração de luz, e de composição botânica diferente, causada pelo aumento da altitude e diversificação de ambientes ecológicos criados pelo relevo, com grotões, escarpas, rochedos, etc. Nas elevações de constituição arenítica, a vegetação é incomparavelmente mais rica do que nos solos graníticos. Há sempre muito maior número de endemismos. Ocorrem nas elevações dos bordos do vale amazônico. Em Pacaraima, no Estado de Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, é onde se encontram as ornamentais Cattleya jenmanii e C. lawrenceana, entre muitas outras microorquídeas.



Campinas Altas e Sombreadas/Campinaranas
(30.000 km2)

Biomassa alta, penetração de luz razoável. Também denominada de Caatinga alta e Campinarana. Não podem ser confundidas com as caatingas do Nordeste, onde as plantas são caducifólias. Tudo indica que constituem um estágio de evolução das Campinas baixas, sem necessariamente estas últimas alcancem como estágio final a Campina alta. Contêm muitas espécies endêmicas, capazes de viver em solo de areia pura e lavada (areia quartzosa e podzol hidromórfico). São ricas em epífitas e, tanto no solo como nas árvores, encontramos em abundância as Himenofiláceas e as Briófitas, entre outras. No alto rio Negro ocupam grandes áreas, o solo é impraticável para agricultura, e pelo seu grande grau de endemismo, deveriam ser protegidas por lei para evitar a lixiviação destas áreas e a extinção das plantas restritas a esse biótopo. Na Amazônia Central, aparecem em forma de ilhas, ocupando áreas pequenas. Nelas ocorrem grandes concentrações de orquídeas como as ornamentais Cattleya eldorado, com inúmeras variedades e formas, C. violacea, e outras como Sobralia liliastrum, S. macrophylla, Pleurothallis kerii, Epidendrum compressum, E. esculptum, E. estrobilliferum, Neolehmania pabstii, Maxillaria camaridii, M. pendens, M. rudolfii, M. tenuis, M. xylobiflora, Braehmia fragrans, Braehmia vespa, Caularthron bicornutum, Brassavola martiana, Scuticaria steelii, entre muitas outras.



Matas secas/Floresta Estacional
(15.000 km2)

Biomassa de mediana até medíocre, razoável penetração de luz; cipós presentes, mas não abundantes como nas matas de cipós e, em geral, finos. Em certa parte do ano, há uma tendência de as árvores perderem as folhas.

Essas matas constituem uma transição da vegetação amazônica para as do Brasil Central e os campos, que bordejam o vale amazônico, ao norte. É comum na faixa de transição que se situa entre o Araguaia e a floresta densa propriamente dita. Sua área não é de grande expressão. Em Mato Grosso, ela tem menor importância porque a transição entre cerrado e mata densa dá-se de maneira mais brusca. Essa é a mata, hoje sob o impacto de grandes devastações para transformá-la em campo de pastagens, etc. e que, eventualmente, podia ser ampliada no sentido da floresta densa, em conseqüência da eventual quebra do equilíbrio hídrico resultante do corte dessa floresta. Aí encontramos a Cattleya nobilior na região da Chapada dos Guimarães e no sul da Amazônia brasileira na região do rio Araguaia e a C. violacea ao norte.


Floresta de Várzea/Floresta Ombrófila Densa Aluvial e das Terras Baixas
(55.000 km2)

Biomassa mediana, muito ou pouco iluminada, bastante limpa por baixo. As raízes tabulares são comuns, como também certas raízes pneumatóforas ou respiratórias. O seu porte é bem menos expressivo que a floresta de terra firme. As madeiras em regra são mais moles do que as de terra firme. Quanto à composição botânica, diferem bastante da de terra firme.
Situadas nas planícies de alagação, uma região, que sofre influência da flutuação do nível dos rios, nos períodos de cheia e vazante. Como regra, o lençol de águas subterrâneas é muito superficial. Nos altos rios, as cheias duram meses e são causadas unicamente pelas chuvas. No baixo Amazonas, o efeito das chuvas soma-se com o das marés. Nos estuários, onde a boca dos rios é larga e o efeito da chuva é negligenciável, a alagação é causada principalmente pelas marés.
A floresta de várzea torna-se mais exuberante nos trechos superiores do grande rio Amazonas (Solimões). No baixo Amazonas, ela luta com certa dificuldade. Torna-se mais vigorosa do rio Tapajós, ao rio Trombetas e, principalmente, nos limites Pará-Amazonas. Acima de Parintins, ao receber aluviões do rio Madeira seu porte torna-se mais expressivo com o aparecimento de vegetais de grande porte como Muiratinga, Cachinguba, e Cana-de-Flecha, Gramínea robusta, dos aluviões marginais.
Nos trechos em formação, são muito comuns as Imbaúbas. Junto às margens aparecem formações de Oeirana.
No baixo rio Amazonas, principalmente entre Oriximiná, Alenquer, Santarém e Monte Alegre, as várzeas tornam-se muito típicas ao associarem-se com os campos de várzeas. Aqui, as florestas se estreitam em pestanas que ladeiam os Cursos d’água, enquanto que mais para dentro, no interior, aparecem amplas extensões ocupadas pelos campos de Gramíneas robustas conhecidas por Canaranas. No interior desses capinzais, existem lagos variáveis em tamanho que se conservam ligados ao rio principal e aumentam muito o tamanho das enchentes. Nas vazantes, o capinzal toma conta das terras cedidas pelas águas do lago.
A floresta de várzea situa-se nos terrenos mais elevados, juntos aos rios, onde há o depósito das partículas mais grossas, suspensas nas águas que transbordam. O campo é geralmente mais baixo, encharcado e distanciado do rio.
No estuário, não existem os campos de Canaranas e a paisagem se torna fortemente influenciada pela abundância de palmeiras.
As várzeas do estuário, que ocupam uma área muito grande, apresentam uma cobertura muito mais ampla de vegetação florestal. Nas altas árvores principalmente na calha do rio Amazonas e próximo a Tabatinga encontramos a Cattleya luteola. Nas áreas mais sombrias encontramos Gongora quinquenervis, Rodriguezia leeana, R. lanceolata, Stanhopea grandiflora, Algumas como Oncidium cebolleta, Oncidium baueri, Oncidium lanceanum, Brassia caudata, Brassia lanceana, ocorrem nas áreas mais iluminadas.




Floresta de igapó/Floresta Ombrófila Aberta Aluvial e das Terras Baixas
(15.000 Km2)

Relativamente pobre em biomassa, vegetação muito especializada, com pouca diversidade específica e em algumas áreas ricas em endemismos. A iluminação é difusa e é muito comum a presença de raízes expostas, raízes suportes e raízes respiratórias. Epífitas ocorrem em grande número.
Essa é uma vegetação que varia muito na estrutura e condições, podendo apresentar uma infinidade de variantes.
Em relação ao ecossistema, são biologicamente muito mais ricos em associações e inter-relações entre plantas e animais. Há uma grande variação de situações biológicas particulares, microclimáticas e, conseqüentemente, um maior número de adaptações ecológicas.
O termo é empregado para designar áreas muito encharcadas, com alagação permanente ou não, águas paradas ou quase paradas. Estas áreas normalmente estão localizadas por trás dos campos de várzeas, já perto da terra firme. Como suas águas são paradas, os sedimentos são precipitados, tornam-se transparentes, mesmo que conservem a cor escura. A acidez em geral e alta. Nos rios desprovidos de sedimentos, como o rio Negro, também pode aparecer um igapó. Nesse caso, contrariamente o que acontece nos rios de águas barrentas, as áreas mais próximas do leito do rio são baixas. O encharcamento vai diminuindo à medida que se aproxima da terra firme. Quando as enchentes chegam, fica tudo alagado, quando as águas baixam, aparecem extensas praias de areia branca.
Igapós ocorrem também em locais que dão nascimento a rios e igarapés. Entre as orquídeas que aí vivem citamos a Acaccallis cyanea, Galeandra devoniana, G. dives, G. lacustris, G. stangeana, Cattleya violacea, X Cattleya brymeriana, Catasetum gnomus, C. pileatum, Coryanthes macrantha, Bollea hemixantha, Zygosepalum labiosum, Z. lindenia. Na região do Brasil central no rio Araguaia ocorre a ornamental e estranhíssima Cattleya araguaiensis.

FLORESTA LITORÂNEA/MANGUEZAL OU SIRIUBAL
(1.000 km2)

Biomassa medíocre, vegetação muito uniforme sem grande interesse florístico, com grande penetração de luz e pobre de orquídeas e epífitas, em geral. Acompanha toda a costa não só da Amazônia como de todo o Brasil. Na região do estuário, sobe o baixo curso dos rios podendo, em alguns casos, alcançar centenas de quilômetros, já em água doce. Nos locais onde o mangue vermelho é substituído pela Siriúba, deixamos de chamá-lo de manguezal e o denominamos Siriubal. Essa tipologia vegetacional é pobre da ocorrência de epífitas em geral.



ÁREA NÃO FLORESTAL

CAMPO DE TERRA FIRME OU SAVANA
(150.000 km2
)

Biomassa medíocre a mediana, iluminação excessiva, espaço entre plantas lenhosas preenchido por capins e plantas rasteiras.
Como caráter geral, dispõe sempre de uma vegetação conspícua de Gramíneas e Ciperáceas enchendo o espaço livre entre as plantas lenhosas e sujeitas ao fogo, que atua como elemento perturbador do sistema. Nos lugares onde ocorre uma diminuição ou desaparecimento da vegetação lenhosa é denominada campo.
Fisionomicamente assemelha-se ao campo Cerrado do Brasil Central. No entanto, em cada região da Amazônia, apresenta-se com individualidade própria possuindo um conjunto de espécies endêmicas e, ao contrario do Brasil Central, suas espécies estão adaptadas para dispersarem as diásporas à grande distância. São, às vezes, pobres em espécies e sem grande interesse como os campos do Amapá, outras vezes muito ricos e extremamente interessantes como os campos do rio Cururu (afluente do rio Tapajós), que se ligam aos campos da serra do Cachimbo.
Estes campos também ocorrem nos rios Trombetas-Cuminá, sendo calculados 40 a 50 mil quilômetros quadrados: Os campos do Madeira são pequenos e de formas irregulares, com 7 manchas maiores espalhadas entre Humaitá e o rio Curuquetê, perfazendo uma área de 3.416 km2. Em Roraima, ocupa vastíssima região e é denominado de Lavrado.



VEGETAÇÃO SERRANA BAIXA/RELÍQUIA
(26.000 km2)

Biomassa medíocre, fisionomia variável, penetração de luz excessiva, ventos e nevoeiros freqüentes.
Botanicamente, a flora desta serras areníticas é muito peculiar preciosa. Uma grande variação de formas de vegetações são aí encontradas, explorando a diversidade ecológica do terreno.
Em geral, existe uma cobertura florestal ladeando as encostas até mais ou menos dois mil metros de altura. Nas partes mais altas, as formações de porte reduzido predominam.
Quanto à paisagem, lembram algo das Campinas, com muitas epífitas, recobrindo o solo e os galhos das árvores, principalmente constituídas de orquídeas, pteridófitas, musgos, liquens, bromélias, etc. Há certa tendência, nestas formações, para o aparecimento de plantas esclerofilas e de ramos tortuosos.
Encontrada principalmente no maciço das Guianas. Essa é uma região antiga onde existem serras consideravelmente altas, em especial as que são formadas por rochas areníticas próximas à divisa do Brasil com a Venezuela e com Guiana, como o Monte Roraima.
Dentre essas elevações, são encontrados os dois pontos mais altos do Brasil: Pico da Neblina e Pico 31 de Março. Algumas das plantas que ocorrem aí são: Drymis spp., Miconia spp., Didymopanax spp., Podocarpus spp., Compostas do grupo Mutisieae, Gramíneas Litráceas, Eriocauláceas e Palmeiras.


CAMPINAS ABERTAS/CAMPINARANA
(34.000 km2
)

Biomassa medíocre, iluminação excessiva, vegetação raquítica com escleromorfismo acentuado, que aparece espalhada por toda a região de floresta de terra firme, em manchas pequenas ou pelo menos, nunca muito extensa. O solo sempre extremamente arenoso e lavado (Podzol hidromórfico ou areias quartzosas). Fisionomicamente, no que concerne à paisagem, muito se assemelha às restingas litorâneas, embora de composição e origem totalmente diferentes. No geral, em cada região, elas apresentam um número muito grande de epífitas e endemismos muito particulares que, às vezes, tem área de dispersão muito restrita.
Em certos trechos, onde o lençol freático é muito superficial, ou há dificuldades de drenagem, podem aparecer extensões de vegetação herbácea sobre o solo de areia pura e ácida.
Além da grade quantidade de plantas epífitas, principalmente orquídeas, com valor ornamental, muitos dos seus gêneros são característicos de vegetações não florestais, com centro de distribuição fora da Amazônia.
Essas áreas têm sofrido um processo contínuo de destruição e após a derrubada não ocorre o processo de regeneração da vegetação primitiva, sendo esta substituída por espécies típicas de capoeira. Baseando no acima exposto, seria atualmente recomendável que se preservassem várias áreas onde ocorre esse tipo vegetacional, evitando assim, que este patrimônio da vegetação amazônica fosse eliminado de sua paisagem. Nela ocorrem muitas orquídeas entre elas citamos: Psilochilus modestus, Triphora amazonica, Xerorchis amazonica, Epidendrum huebneri, Orleanesia amazonica, O. yauaperensis, Epidendrum magnicalosum, Epidendrum nocturnum, Encyclia amicta, E. mapuera, Nanodes discolor, Neolehmannia latilabris, Octomeria erosilabia, O. lancipetala, Bifrenaria longicornis, X Brassocattleya rubyii, Bulbophyllum setigerum, Polystachya stenopphylla, Campylocentrum amazonicum, C. robustum, Catasetum barbatum, Catasetum discolor, Catasetum tigrinum, Dichaea pendula, D. rendlei, D. tenuis, Duckella adolphii, Elleanthus caravata, Maxillaria discolor, M. grobyoides, M. pauciflora, M. superflua, M. uncata, M. villosa, M. violaceopunctata, Rodriguezia lanceolata, Trigonidium acuminatum, T. obtusum, entre outras.




VEGETAÇÃO DE RESTINGA LITORÂNEAS/RESTINGAS
(1.000 km2)


Biomassa medíocre, fisionomia uniforme, penetração de luz excessiva. Vegetação halófitas com arvores e arbustos baixos, de galhos tortuosos. É comum a ocorrência de suculência. Crescem em pequenas extensões nas praias costeiras e dunas do litoral do Pará, Amapá e Maranhão. Aqui ocorrem muitas orquídeas do gênero Epidendrum, entre elas citamos E. huebneri, Epidendrum ibanguense, E. imatophyllum, entre outras.



CAMPO DE VÁRZEA/COMUNIDADES ALUVIAIS
(15.000 km2
)

Biomassa medíocre, iluminação excessiva; constituído por uma definida predominância das Gramíneas, capins robustos ou Canaranas. As Ciperáceas e são de importância desprezível.
Está localizado em sedimentos recentes, limitado às áreas que estão sob influência de alagações procedentes de rios de águas barrentas. Os rios de águas limpas, ou seja, aqueles que não possuem sedimentos em suspensão, não fornecem condições para o aparecimento deste tipo de vegetação. Nessas áreas se encontram espécies de orquídeas do gênero Habenaria.



OUTROS TIPOS E SUPERFICIES DE ÁGUA
(100.000 km2)

Aqui se englobam as regiões de rios, lagos suas plantas aquáticas e etc.
Na represa de Curuaúna no Pará a orquídea Habenaria repens foi encontrada crescendo nos capins de Canaran a.